sábado, 8 de março de 2008

Sobre as recentes "visitas" da PSP

a algumas escolas, já se pronunciaram com propriedade o Vítor Dias no "Tempo das cerejas", o A. Vilarigues no "Castendo", o Sérgio Ribeiro no "anónimo do séc. xxi", o Fernando Samuel no "Cravo de Abril" e muitos outros. Algumas críticas e perplexidades vieram mesmo da área do P."S." . O que me leva a escrever este post tem a ver com as declarações do ministro Santos Silva em Chaves. Desorientado, colérico, rancoroso, afirmou : Quem defendeu a democracia não foi Álvaro Cunhal nem Mário Nogueira, mas Mário Soares, Alegre ...etc (cito de cor) . É em momentos como este que vem à superfície a verdadeira natureza de certas pessoas. Santos Silva deixou estalar o verniz com que decora as suas apresentações públicas e mostrou um preocupante estilo de sobranceria e pesporrência. Três observações sobre este dislate:
1- A defesa da democracia não é uma coisa do passado, antes deve ser uma preocupação permanente dos democratas, e a sua defesa passa pelo exercício pleno e quotidiano dos direitos e garantias constitucionais. Ao referir Álvaro Cunhal, como o fez, procurou apoucar a insubstituível contribuição do Partido Comunista Português para o derrube do fascismo, bem como a participação de muitos outros democratas que em unidade com os comunistas criaram condições e tornaram possível o 25 de Abril.
2- Ao referir o nome de Mário Nogueira, secretário-geral da FENPROF, em vésperas de uma manifestação nacional dos professores, citando o seu nome em conjunto com o de Álvaro Cunhal, como sendo de quem não defende a democracia, contrapondo outros nomes da sua área política como extremes defensores da mesma, Santos Silva executa uma velha e clássica manobra de base anti-comunista agitando este "papão" e com ele visando desmobilizar a luta dos professores.
3- A triste exibição de Santos Silva terminou com uma frase sibilina, referindo-se aos manifestantes que o esperavam em Chaves: "Eles hão-de calar-se primeiro que eu". A frase tem um contexto, mas nunca fiando. Muitos, antes de Santos Silva, tiveram a mesma esperança de calar a voz dos que lutam por um Portugal mais justo, mas sem sucesso.

A luta continua.

1 comentário:

Fernando Samuel disse...

Excelente post.

Um abraço amigo.