terça-feira, 11 de março de 2008

11 de Março de 1975

..."A tentativa de golpe falhou graças à pronta e decisiva acção do Movimento das Forças Armadas e à gigantesca mobilização popular que, em poucas horas, de norte a sul do País paralisou quaisquer iniciativas fascistas e deu poderoso apoio às Forças Armadas"...

O prosseguimento destes factores da deterioração da situação não só podem diminuir gravemente a vitória sobre a reacção como podem criar no imediato novas dificuldades ao processo democrático.

O PCP condena firmemente certas violências e destruições anárquicas que, hoje, 11 de Março, praticadas à sombra da luta contra a reacção, só à reacção podem servir.

O PCP pronuncia-se firmemente pelo respeito da ordem democrática e pela adopção de firmes medidas contra aqueles que, desrespeitando-a, põem em perigo a própria democracia."...(comunicado da Comissão Política do PCP de 11 de Março de 1975)

Desde os alvores do 25 de Abril de 1974 até aos dias de hoje, as forças mais retrógradas da nossa sociedade tudo fizeram e fazem para impor um regime anti-democrático, de desenfreada exploração dos trabalhadores, de sujeição de Portugal aos interesses do imperialismo. Muitas vezes contaram com o apoio de alguns outros sectores da sociedade e de partidos políticos que se dizem democratas mas que foram objectivamente coniventes com a contra-revolução.

Como Álvaro Cunhal disse muitas vezes : " Fizeram o mal e a caramunha".

As leis dos partidos políticos, do financiamento dos partidos e das eleições autárquicas, a engenharia eleitoral que o PS e o PSD acordaram para as eleições legislativas, o código do trabalho e as exigências do patronato, as restrições à liberdade nas empresas, os ataques aos sindicatos e à actividade sindical, a privatização de serviços essenciais do Estado e de sectores vitais da economia, a degradação dos serviços nacionais da saúde, da educação e da justiça, a concentração da comunicação social na mão de grandes grupos económicos, a perda de importantes instrumentos de soberania, a subordinação da política externa aos interesses expansionistas dos EUA, com a participação cúmplice em acções militares à revelia do direito internacional, o aprofundamento das desigualdades sociais, com a escandalosa concentração da maior fatia da riqueza nacional na mão de um cada vez menor número de famílias, etc,etc... são exemplos de como em Portugal, 34 anos depois de Abril de 74, as forças mais retrógradas da sociedade encontram aliados no poder político actual, para aumentarem os seus privilégios, reforçarem a exploração do homem pelo homem, assegurarem o controlo do Estado e das suas decisões, para seu proveito.
Muita da evolução positiva que se regista hoje na sociedade portuguesa se deve ao impulso revolucionário de Abril e à luta determinada dos trabalhadores ao longo dos últimos 34 anos. As recentes mobilizações e lutas são disso um bom exemplo.
Como Jerónimo de Sousa costuma dizer: " Quando se luta às vezes pode-se perder, mas quando não se luta então perde-se sempre".

1 comentário:

Fernando Samuel disse...

Bem lembrado.
Obrigado.
Abraço.